do tratado da reforma da inteligência

"tudo o que acontece na vida ordinária é vão e fútil ....As coisas que mais frequentemente ocorrem na vida, estimadas como o supremo bem pelos homens, a julgar pelo que eles praticam, reduzem-se, efetivamente, a estas três, a saber, a riqueza, as honras e o prazer dos sentidos. Com estas três coisas a mente se distrai de tal maneira que muito pouco pode cogitar de qualquer outro bem. ... Assim, parecia claro que todos esses males provinham disto – que toda felicidade ou infelicidade reside numa só coisa, a saber, na qualidade do objeto ao qual nos prendemos pelo amor. De fato, nunca surgem disputas por coisas que não se ama; nem há qualquer tristeza se as perdemos; nem inveja, se outros a possuem;nenhum ódio e, para dizer tudo numa palavra, nenhuma pertubação da alma (animus). Ao contrário, tudo isso acontece quando amamos coisas que podem perecer, como são aquelas que acabamos de falar. Mas o amor das coisas eternas e infinitas nutre a alma de puro gozo, isento de qualquer tristeza..."

sábado, 16 de janeiro de 2010

o repente extemporâneo de uma verdade


Hoje cheguei num bar da cidade, em uma atmosfera pessoal um tanto lúgubre. Tudo, tudo o que estava ao meu redor era muito, muito melhor do que eu em qualquer momento da minha vida poderia ser. Bebi algumas. O que poderia ter contribuído para que o lúgubre vingasse inda mais. Mas por vezes trazemos o livro certo, abri, e li um monte de considerações quanto a impossibilidade de entender a rede de causalidades que nos cinge. Passei de um estado de total desconcerto frente à realidade para um sentimento de gostoso de estar contente em poder com-templar (quem sabe possamos dizer, ser contemporâneo de) tudo, tudo o que somos e vemos neste momento.
O que nos diz Chopra; creio de um modo preciso: "Quando você atua a partir dessa referência interior, o seu senso do eu está claro e não é afetado por fatores externos. Essa é a origem do poder pessoal. Quando os fatores externos deixam de influenciar o seu senso do eu, você se torna imune às críticas e aos elogios. Você também entende que somos todos iguais, por estarmos ligados ao mesmo fluxo de inteligência consciente. Isso significa que você compreende que enquanto passa pela vida, não é inferior nem superior a ninguém. Não precisa implorar ou convencer ninguém de nada porque não precisa convencer a si mesmo."
Portanto mantenhamo-nos fíéis a nós mesmos, sempre, e sejamos felizes o quanto possamos, mesmo nos momentos de baixa. Pois de resto, mesmo aqui, nos confins da nossa rede de causalidades, presente, sempre há a probabilidade de um entrechoque com um momento, um naco, de felicidade, muitas vezes basta persistir um pouco mais, dar duas ou três braçadas, flutuar, e esperar que a próxima onda vença o repuxo, e possamos novamente, já na praia, respirar com um pouco mais de tranquilidade.

 

Um comentário:

  1. Sobre Spinoza:
    tristeza é mãe de tudo


    sobre bar e contemporaniedade:

    sugiro o conto "Quem são meus conteporaneos" de Euardo galeano
    livro dos abraços

    sempre bom conhecer mais poesia gostei de passar aqui

    ResponderExcluir