do tratado da reforma da inteligência

"tudo o que acontece na vida ordinária é vão e fútil ....As coisas que mais frequentemente ocorrem na vida, estimadas como o supremo bem pelos homens, a julgar pelo que eles praticam, reduzem-se, efetivamente, a estas três, a saber, a riqueza, as honras e o prazer dos sentidos. Com estas três coisas a mente se distrai de tal maneira que muito pouco pode cogitar de qualquer outro bem. ... Assim, parecia claro que todos esses males provinham disto – que toda felicidade ou infelicidade reside numa só coisa, a saber, na qualidade do objeto ao qual nos prendemos pelo amor. De fato, nunca surgem disputas por coisas que não se ama; nem há qualquer tristeza se as perdemos; nem inveja, se outros a possuem;nenhum ódio e, para dizer tudo numa palavra, nenhuma pertubação da alma (animus). Ao contrário, tudo isso acontece quando amamos coisas que podem perecer, como são aquelas que acabamos de falar. Mas o amor das coisas eternas e infinitas nutre a alma de puro gozo, isento de qualquer tristeza..."

sexta-feira, 22 de agosto de 2008


humores de quase espaço
vestem-me do inexato
que percorro        
desde a entrada

o passarinho não se cansa a dar de bico no espelho

o menino
escondido embaixo da cama
avança sobre si
e a traça
retraça planos de desconstruir
as coisas que se sabe

sente           quases de tempo se calam
no pragmatismo das horas
o que guarda ?
do que se guarda?

agora
algo se impõe
ante os escolhos
do menino
a mão empunha o destino
só falta a de-cisão

Um comentário:

  1. muito delicado. tu sabes colocar muita bem a delicadeza nos teus versos. é a tua especialidade. vou lendo teus versos e tentando absorver um pouco dessa calma.

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