Trago aos leitores do blog um trecho da crítica de Ronald Augusto, poeta, músico, letrista e ensaista, ao meu livro Tramas de Orvalho. A íntegra pode ser encontrada no site www.artistasgauchos.com.br, com acesso pelo nome do colunista.
Deisi Beier se sai bem com as diversas soluções metafóricas mobilizadas em seu livro, tanto que por meio delas consegue incorporar a persona da “catadora/ das surpresas”. Perturbações de sentido incrustadas em complexos visuais, e transportados, por sua vez, aos versos, à enunciação de uma fala em simulação de transe. No mesmo poema, de onde saquei a imagem apresentada acima, o vocábulo “mutante” ocupa, em termos icônicos, um espaço significante e indicial no branco da página (pág. 68). Antes, na pág. 56 o poema já lançara “no ar a senha” do livro: uma “profusão de formas”. E formas que falam. E é, portanto, a partir dessas formas em movimento que o poema-livro conquista a “interação entre opostos”. As “águas escuras” e desejosas das seduções tangendo essa lira de sinestesias presentificada nas metamorfoses orgânico-verbais de Tramas de orvalho. Uma estréia que merece leituras interessadas. Excertos de poemas de Tramas de Orvalho:
“o fogo líquido/ passou pela cabeça/ as bolhas de sabão/ se tornaram pérolas/ em cada canto há ostras/ ideogramas de noite” (...); “como o pensamento/ abre espaço para novas delícias” (...), pág. 30. * * *
“ar// luz nas transparências/ translúcidos/ vidro/ solidário/ uma garrafa/ e o azul” (...), pág. 44. * * * (...) “no jardim/ embrulhado para presente/ o brilho// aos convidados/ envelopes vermelhos em movimento” (...), pág. 52 * * *
(...) “úmidos cogumelos crescem nos troncos/ não há cortinas” (...); “morrer: vazio de improvisos”, pág. 66
Mais uma vez, minha alegria pelo trabalho reconhecido.
Deisi Beier se sai bem com as diversas soluções metafóricas mobilizadas em seu livro, tanto que por meio delas consegue incorporar a persona da “catadora/ das surpresas”. Perturbações de sentido incrustadas em complexos visuais, e transportados, por sua vez, aos versos, à enunciação de uma fala em simulação de transe. No mesmo poema, de onde saquei a imagem apresentada acima, o vocábulo “mutante” ocupa, em termos icônicos, um espaço significante e indicial no branco da página (pág. 68). Antes, na pág. 56 o poema já lançara “no ar a senha” do livro: uma “profusão de formas”. E formas que falam. E é, portanto, a partir dessas formas em movimento que o poema-livro conquista a “interação entre opostos”. As “águas escuras” e desejosas das seduções tangendo essa lira de sinestesias presentificada nas metamorfoses orgânico-verbais de Tramas de orvalho. Uma estréia que merece leituras interessadas. Excertos de poemas de Tramas de Orvalho:
“o fogo líquido/ passou pela cabeça/ as bolhas de sabão/ se tornaram pérolas/ em cada canto há ostras/ ideogramas de noite” (...); “como o pensamento/ abre espaço para novas delícias” (...), pág. 30. * * *
“ar// luz nas transparências/ translúcidos/ vidro/ solidário/ uma garrafa/ e o azul” (...), pág. 44. * * * (...) “no jardim/ embrulhado para presente/ o brilho// aos convidados/ envelopes vermelhos em movimento” (...), pág. 52 * * *
(...) “úmidos cogumelos crescem nos troncos/ não há cortinas” (...); “morrer: vazio de improvisos”, pág. 66
Mais uma vez, minha alegria pelo trabalho reconhecido.
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