Ontem terminei de ler O Menino do Dedo Verde, havia escutado muitas pessoas elogiar o livro. É indiscutivelmente um belo livro. Também havia escutado muitas vezes repetirem uma comparação com O Pequeno Príncipe, no Brasil acho que ainda mais reforçada; pois D. Marcos Barbosa fez a tradução de ambos. Ambos falam de um menino. De sua descoberta do mundo. E de flores. Ambos são profundamente metafóricos. Mas me parece que devemos aprofundar um pouco mais a nossa comparação. Descobrindo não somente semelhanças, mas também suas diferenças.
do tratado da reforma da inteligência
"tudo o que acontece na vida ordinária é vão e fútil ....As coisas que mais frequentemente ocorrem na vida, estimadas como o supremo bem pelos homens, a julgar pelo que eles praticam, reduzem-se, efetivamente, a estas três, a saber, a riqueza, as honras e o prazer dos sentidos. Com estas três coisas a mente se distrai de tal maneira que muito pouco pode cogitar de qualquer outro bem. ... Assim, parecia claro que todos esses males provinham disto – que toda felicidade ou infelicidade reside numa só coisa, a saber, na qualidade do objeto ao qual nos prendemos pelo amor. De fato, nunca surgem disputas por coisas que não se ama; nem há qualquer tristeza se as perdemos; nem inveja, se outros a possuem;nenhum ódio e, para dizer tudo numa palavra, nenhuma pertubação da alma (animus). Ao contrário, tudo isso acontece quando amamos coisas que podem perecer, como são aquelas que acabamos de falar. Mas o amor das coisas eternas e infinitas nutre a alma de puro gozo, isento de qualquer tristeza..."
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Uma pequena contribuição ao lirismo contemporâneo
Ontem terminei de ler O Menino do Dedo Verde, havia escutado muitas pessoas elogiar o livro. É indiscutivelmente um belo livro. Também havia escutado muitas vezes repetirem uma comparação com O Pequeno Príncipe, no Brasil acho que ainda mais reforçada; pois D. Marcos Barbosa fez a tradução de ambos. Ambos falam de um menino. De sua descoberta do mundo. E de flores. Ambos são profundamente metafóricos. Mas me parece que devemos aprofundar um pouco mais a nossa comparação. Descobrindo não somente semelhanças, mas também suas diferenças.
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Andei lendo um tanto e muito de Clarice Lispector, e não me canso de achar que ela sabia das coisas e continua sempre atual. Aí vai um pouquinho do quanto ela soube ser genial:
"Quando o amor é grande demais torna-se inútil: já não é mais aplicável, e nem a pessoa amada tem a capacidade de receber tanto. Fico perplexa como uma criança ao notar que mesmo no amor tem-se que ter bom senso e senso de medida. Ah, a vida dos sentimentos é extremamente burguesa."
domingo, 29 de novembro de 2009
23/11/09
começo a viagem
com eles chegando ao caminho das pedras
interdito
ele afável
ela em seu jeito
natural
eles sabem onde vão
eu sei
e por isto
mesmo alhures
testifico
faço um primeiro pesponto
espargindo
um pouco da solução
volátil sobre a pele dela
um pouco fica, algo se libera do extrato
que opera
suave
sobre as superfícies despertas
faço o segundo pesponto
e vejo a tela de nuvens negras
abrir-se em franja ao poente de depois da chuva
feita de um amarelo brancacento
que pensa o branco em mim
assim como quem diz
é só isto
em tudo e por fim
faço então o último pesponto
apanho estas três coisas
e ponho-as em tuas mãos
te beijo
arrumo a cama
e como bem pouco sei de tudo
e pouco resta
durmo
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
obtusa e seca
segue indelicada
e não se desvia
de sua fatalidade
nenhuma benevolência
há no que escrevo
e na dedicatória
está o que sufoca
rolo compressor
na loucura do que escrevo não sou
totalmente louco
antes imprevisível
como a trajetória de uma
mosca no interior da sala
o atordoamento de um
acaso sobrenatural
de minha consciência fiz minha droga
todos os meus fracassos
se assemelham
procedem da mesma falha
na minha escrita
lisa como uma imagem
restaurada na superfície legível
das palavras
tergiverso
se escondo uma paixão
que todos saibam o que não quero mostrar
na linguagem, um adulto
perfeitamente civilizado
discutindo com a criança
teimosa que meu corpo guarda
na região desesperada
entre o muito e o muito pouco
onde não estou
precisamente ali começa
minha escrita
sem o luto da própria sinceridade
algum poder se encontra
no fazer esperar
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
caetanos
terça-feira, 27 de outubro de 2009
de legião estrangeira de clarice
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Clarice
http://www.youtube.com/watch?v=TvLrJMGlnF4
http://www.youtube.com/watch?v=ZVwj3pHAi_s
http://www.youtube.com/watch?v=ptCJzf20rbY
http://www.youtube.com/watch?v=TbZriv5THpA
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
celso furtado [off topic]
terça-feira, 4 de agosto de 2009
considerações ligeiras sobre o tempo e a palavra
sábado, 11 de julho de 2009
quarta-feira, 8 de julho de 2009
chorei
muitas
se as
de
e se
o
o
esperando
e
juntado do
da
e
disse.
domingo, 5 de julho de 2009
o sarau - desculpe a interpretação
sábado, 27 de junho de 2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
no início, uma dor agulhada
fincando a boca do estômago
e logo, dezenas de agulhas se multiplicando
a respiração cortada
o suor frio
as mãos tremendo
e o gosto ácido rondando a garganta
a normalidade das funções
tentando reter a golfada revolta e insistente
na ânsia do entornar
e que se lança, entretanto
fétida, descontrolada e suicida
boca afora
o limiar entre o que sacia
e o que envenena:
um defeito na pureza
sábado, 2 de maio de 2009
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
poemas em imagens
Uma leitura visual de poemas é a proposta da exposição Poemas Gravados, que será aberto às 19h de hoje na Palavraria Livraria e Café (Vasco da Gama, 165). A mostra é o resultado da leitura feita por 12 artistas de poemas de 12 poetas gaúchos e está compilada em uma coletânea de estampas de mesmo nome que estará à venda na livraria ao preço de R$ 15. A tiragem é limitada. O Poemas Gravados foi organizado pela artista plástica Anico Herskovits e pelo poeta Sidnei Schneider, e cada poema recebeu uma interpretação livre de um artista (na foto, Miriam Tolpolar lê versos de Jaime Medeiros Jr.). A mostra vai até 6 de fevereiro, com entrada franca, de segunda a sábado, das 11h às 21h.