Esta minha estatuazinha de gesso, quando nova
- O gesso muito branco, as linhas muito puras -
Mal sugeria imagem de vida
(Embora a figura chorasse).
Há muitos anos tenho-a comigo.
O tempo envelheceu-a, carcomeu-a,
manchou-a de pátina amarelo-suja.
Os meus olhos, de tanto a olharem,
Impregnaram-na da minha humanidade irônica
de tisíco.
Um dia mão estúpida
inadvertidamente a derrubou e partiu.
Então ajoelhei com raiva, recolhi aqueles tristes
fragmentos, recompus a figurinha
que chorava.
E o tempo sobre as feridas escureceu ainda
mais o sujo mordente da pátina...
Hoje esse gessozinho comercial
É tocante e vive, e me fez agora refletir
Que só é verdadeiramente vivo o que já sofreu.
atualizei-me, revistei o blogue até onde tinha lido antes. abraço
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